O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

sábado, 20 de agosto de 2016

                                                

                                               
                                                   AMAR O AMOR


A outra verdade, de que a alma desejosa de progredir na vida de amor deve estar intimamente convencida é que Jesus só nos pede - a nós, pobres criaturas - que amemos.
Do mesmo modo que todas as relações entre o Criador e a criatura se compendiam na palavra de São Paulo: "Vivo na fé do Filho de Deus que me amou" (Gl 2,20), assim também todas as relações entre a criatura e o Criador se resumem naqueloutra palavra do Evangelho: "Amarás o Senhor teu Deus" (Mt 22,37).
Amor por amor. O máximo que a criatura lhe pode dar já é seu e Ele pode retomá-lo à sua vontade, até mesmo a vida. Mas o amor, não; na terra, o amor é livre e a criatura pode recusá-lo. Mas Deus quer esse amor e exige-o; até dele fez o objectivo da criação do homem; proclamou-o como primeiro mandamento, de cuja observância depende a obtenção da vida eterna (cf. Mt 12). E quer esse amor inteiro, íntegro: quer ser amado com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com toda a força. E para ter o nosso amor desceu do céu, fazendo-se homem. Mas não lhe bastou; fez-se mendigo aos pés da criatura: "Dá-me de beber!" (Jo 19, 28).
O pedido divino, sempre vivo ao longo de vinte séculos na voz do Evangelho, tornou-se depois mais premente com a revelação a santa Margarida Maria Alacoque, intensificou-se ainda mais no século XX, através de não poucas manifestações misericordiosas (22). E, no entanto, quantas almas sinceramente desejosas de chegar até Deus, se perdem inquietas e afadigadas por caminhos difíceis, enquanto a vida direita, fácil e segura está diante delas: o amor! Quantas outras, desejosas de se consagrar a Deus, são arrastadas pelo medo de austeridades ignoradas, como se o Esposo Divino tivesse mais sede do nosso sangue do que do nosso amor!
Mas não é assim! Jesus só pede amor à Irmã Consolata, apesar de ela pertencer a uma das mais severas Ordens claustrais; portanto, só amor poderia fazer o resto. As expressões: "Ama-me apenas... ama-me sempre... ama-me muito... nada mais te peço que amor...", etc., que surgem na páginas do seu diário relativamente às lições divinas, são repetidas centenas de vezes. É um convite contínuo, insistente e também comovente do Criador, sedento do amor da sua criatura. Como não o encontra na maior parte dos homens e não o recebendo na sua integridade mesmo de muitas das almas que lhe estão consagradas, Ele vai mendigá-lo às almas pequeninas que compreendem melhor o anseio do Coração Divino e sabem corresponder-lhe. De fato, Jesus dizia à Irmã Consolata (15 de Outubro de 1935): "Tenho sede de ser amado por corações inocentes, corações de crianças, corações que me amem totalmente."
 

- fim da primeira parte do Amar o Amor - do Pe Lorenzo sales - O Coraçao de Jesus ao Mundo