O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

domingo, 21 de agosto de 2016

                                                

                                   1 . O AMOR E A SANTIDADE                                                                          (PRIMEIRA PARTE)

          Só Deus sabe quantas são as almas santas no tempo da história presente. No entanto, pode-se afirmar que não são poucos os cristãos que consideram a santidade - se não uma exatamente exclusidade dos claustros - pelo menos uma "questão" reservada a poucas almas privilegiadas, para quem, aliás, a santidade seria um dom caído do céu, sem nenhum trabalho seu. Esse modo de pensar, além de errado, é prejudicial porque mantém as almas numa inércia espiritual e prepara-as para a mediocridade que não se coaduna com quem se afirma cristão.
      A vocação à santidade é de todos os batizados indistintamente, enquanto membros de um mesmo Corpo Místico: se a Cabeça é Santa, também o são os membros (1) Quando Jesus diz no evangelho: "Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste" (Mt 5, 48), dirige-se a todos os seus discípulos. quando São Paulo escreve: "Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação" (1 Ts 4,3) também é para todos os cristãos.
      Se Deus nos quer santos, não há duvida de que Ele também nos concede as graças necessarias para conseguir a santidade: tudo  o que Jesus fez por nós ou nos deu e deixou, tudo em ordem, nao só à nossa fraqueza, mas também á nossa santificação. O desejo e a alegria - queremos dizer - a ambição de Jesus é precisamente a de nos ver santos. Ele confirmava isto á Irmá Consolata, dizendo-lhe:
     "Se soubesses quanto me apraz fazer uma alma santa! Todos deveriam fazer-se santos para me dar este prazer.
     Conseguirás fazer uma pálida ideia? Pensa na alegria de uma mãe quando vê o seu filho voltar radiante com a licenciatura debaixo do braço: a felicidade desta mãe é indescritível!
     Pois bem, a minha felicidade ao ver uma alma chegar á santidade supera imensamente esta débil imagem."
     Jesus também fala para todos as almas.
     Portanto, é muitíssimo importante que os fieis sejam bem esclarecidos sobre este ponto. Porque se haverá de temer falar da sua santidade ou porque se há-de-afastá-los da santidade, se ela é precisamente o dever de cada cristão? Precisamos de ter um conceito exato do que é a santidade, não só para não errarmos na prática e pouco ou nada concluir, julgando que fazemos muito, mas também para não nos deixarmos afastar de tão nobre empenhamento, por causa da nossa mesquinhez ou fraqueza.

 Fim da primeira parte do Amar e a Santidade - do Pe Lorenzo sales - O Coraçao de Jesus ao Mundo

                                                

                                                    AMAR O AMOR

                                            (segunda parte)

     ...  Pede-o a estas almas para que, através delas, alastre por todo o mundo (13 de Outubro de 1935): "Consolata, ama-me por todas e cada uma das minhas criaturas, por todas e cada coração que existe. Tenho tanta sede de amor!"
          Exatamente aquela sede de amor que cada coração humano deveria ter ao Criador sente-a pelo amor à criatura (9 de Novembro de 1935): "Ama-me Consolata! Tenho sede do teu amor, como quem morre sequioso tem sede e deseja uma fonte de água fresca."
         E esta sede de amor é tal e tanta que Ela chega a dizer à Irmã Consolata (3 de Novembro de 1935): "Consolata, escreve - porque to imponho por obediência - que, por um ato de amor, Eu criaria o Paraíso!"
         Segundo o que a Escritura, os Padres e a Teologia ensinam, cada alma em estado de graça é um templo, o trono e o céu de Deus. Então que dizer da alma que não só vive no amor, mas também vive de amor? Jesus dizia a Santa Margarida Alacoque: "Minha filha, gosto tanto dos desejos do teu coração que, se Eu não tivesse instituído o meu divino Sacramento de amor, instituí-lo-ia por teu amor, para ter o prazer de estar na tua alma e poder repousar de amor no teu coração". Eis o que Ele diz à Irmã Consolata (29 de Outubro de 1935): "És o meu pequeno paraíso; uma comunhão tua recompensa-me de tudo o que sofri para te procurar, para ter-te e para te possuir. Mas, Jesus, eu não sei dizer-te nada! - Não importa; mas o teu amor é meu, exclusivamente meu; e o que quero Eu das minhas pobres criaturas senão o seu Coração? Do resto, nada me interessa, pois quando um coração é meu, exclusivamente meu, então este coração torna-se para mim um Paraíso! E o teu coração é meu, é já eternamente meu!"
        Agora compreendem-se bem as insistências divinas, para que a Irmã Consolata se unisse ao amor incessante, à oração incessante pela chegada do reino de amor no mundo. Assim, a 16 de Dezembro de 1935:
       "Consolata, pede perdão para a pobre humanidade culpada; pede que sobre ela triunfe a minha Misericórdia; mas, sobretudo, pede, oh!, pede que seja incendiada pelo amor divino que, como novo Pentecostes, redima a humanidade de tanta sujidade.
       Oh! Só o maor divino pode fazer que apóstatas se tornem apóstolos; lírios enlameados,lírios imaculados; pecadores repetentes e cheios de vícios, trofeus de misericórdia!
       Pede-me o amor, o triunfo do meu amor para ti e para cada alma na terra que agora existe e que existirá até ao fim dos séculos.
      Com a oração incessante, prepara o triunfo do meu coração, do meu amor sobre toda a terra!" 
      Noutra ocasião, insistindo no mesmo conceito, Jesus usava as palavras de Santa Teresinha: "O Jesus, porque não consigo dizer a todas as almas pequeninas como a tua condescendência é inefável?" e acrescentava (27 de Novembro de 1935): "Consolata, conta ás almas pequeninas, a todos, a minha condescendência inefável; diz ao mundo quanto Eu sou bom e materno e que em troca só peço amor. Podes contar isso, Consolata, fala da minha extrema misericórdia e extrema condescendência materna."
      O amor: eis o fogo que Jesus veio trazer à terra e quer que arda em cada coração (15 de Dezembro de 1935): "Oh! Se Eu pudesse descer a cada coração e derramar em vós em torrentes as ternuras do meu coração!... Consolata, ama-me por todos e, com a oração e a tua imolação, prepara no mundo o advento do meu amor!"
     Jesus quer salvar o mundo, mas o mundo também deve voltar para Jesus. Com Ele a paz na tranquilidade da ordem, sem Ele a anarquia e a ruina.
     E para voltar a Jesus? Um único caminho, tanto para as almas como para as nações: "Diliges!" O amor. É toda a lei, todo o Cristianismo. No cumprimento deste único preceito, que abrange Deus e o próximo, está a salvação: "Faz isso e viveras" (Lc 10, 28). Nestes últimos séculos, por um lado, o protestantismo e, por outro, o jansenismo, foram extinguindo pouco a pouco este fogo no coração do Cristianismo, e mataram-no, pelo menos em muitas almas. A máscara de um Cristianismo reduzido unicamente á fé e ao temor, gelaram os corações, afastou-os de Deus, conduzindo-os progressivamente ao indiferentismo, ao ceptismo, ao ateísmo e ao paganismo.
      Portanto, para voltar a Jesus é necessário voltar ao Evangelho, àquele que Jesus depositou no seio da Igreja catolica e que ela tem constantemente defendido e ensinado: o Evangelho do amor e da caridade.
     Crer no Evangelho é crer no Amor; particar o Evangelho é amar.
 Amar o Amor - do Pe Lorenzo sales - O Coraçao de Jesus ao Mundo